Diplomoceras maximum é um cefalópode fóssil que possui uma aparência peculiar, pois sua concha se assemelha ao formato de um clipe de papel. Além disso, acredita-se também que seja um animal de vida longa, pois calcula-se que alguns espécimes podem ter vivido até 200 anos.
Esta espécie viveu no Cretáceo, há cerca de 68 milhões de anos, uma era de ouro para répteis e muitos invertebrados. Durante esse tempo, compartilhou um habitat com animais tão ferozes quanto mosassauros, plesiossauros e outros répteis aquáticos gigantes. Saiba mais sobre este organismo de vida longa neste artigo.
Descoberta do Diplomoceras maximum
Entre 1994 e 1995 foram descobertos vários fósseis de Diplomoceras maximum, o que permitiu uma abordagem mais profunda da sua biologia. Durante essa façanha, paleontólogos da Purdue University conseguiram recuperar o espécime mais longo da espécie. Embora este organismo já tivesse sido descrito anteriormente, na época tudo o que se sabia sobre ele eram pequenos fragmentos de sua concha.
Esta grande descoberta foi um marco histórico, pois as medidas deste fóssil ultrapassaram os 3,5 metros de comprimento. De fato, foi encontrado na Ilha Seymur, na inóspita Antártica, algo que deu os primeiros indícios de sua idade. Sem saber, esse evento marcaria o futuro, pois embora no momento apenas sua forma peculiar fosse reconhecida, ainda tinha mais segredos para contar.
Características físicas
A aparência física desse animal extinto parece ser muito parecida com a do nautilus, já que ambos pertencem ao mesmo grupo das amonites.Nesse sentido, acredita-se que se tratava de um cefalópode com tentáculos, cuja concha tinha uma estrutura quase oca que servia como esconderijo e proteção.
Apesar de sua grande semelhança com outras amonitas, sua única e notável diferença é o formato de sua concha. Além disso, é por isso que é considerado um heteromorfo, já que sua casca faz um estranho formato de “U”, que se estende várias vezes em um ciclo, quase como um clipe. Por esse motivo, alguns especialistas acreditam que era incapaz de nadar bem, por isso ficou restrito a flutuar próximo ao fundo do oceano.
O tamanho de sua concha chega a 1,5 metro de comprimento, quando enrolado em seu formato de clipe gigante. Pelo contrário, se cada fragmento pudesse ser colocado em linha reta, chegaria facilmente a 3,5 metros ou mais.
Uma nova costela de aniversário
Embora este organismo fosse conhecido por ser bastante grande, pouco se sabia sobre sua biologia.Por esta razão, quando o Dr. Ivany (pesquisador da Universidade de Syracuse) analisa sua concha em profundidade, descobre que ela mantém um padrão fixo. Em outras palavras, sua casca é composta de algo como anéis que são adicionados à medida que cresce.
Graças a essas informações e por meio de análises laboratoriais, sabe-se que cada uma dessas costelas representa um ano de vida desse cefalópode. Assim, da mesma forma que os humanos “esticam” seus ossos, eles crescem acrescentando um novo por ano.
Devido a esta descoberta e dado que a sua carapaça contém várias nervuras,estima-se que a vida média deste fóssil possa ter chegado aos 200 anos Esta situação contrasta com o que é observada em alguns cefalópodes atuais, como polvos e lulas, cujo tempo médio de vida mal chega a 5 anos. Nesse sentido, esse fóssil possui uma das características mais curiosas do grupo.
Diplomoceras máximo vivendo com monstros
Em geral, pouco se sabe sobre a vida desses organismos, porém sabe-se que eles compartilhavam o oceano com répteis gigantes. De fato, entre os principais companheiros desse cefalópode estavam os mosassauros e os plesiossauros, enormes feras de até 17 metros de comprimento. Além disso, acredita-se que o formato da concha dos Diplomoceras serviu para resistir às mordidas de alguns monstros como esses.
Apesar de este animal em forma de clipe ser muito resistente e até mesmo capaz de suportar a luta contra verdadeiros titãs, foi extinto no final do Cretáceo.
Parentes atuais
Os parentes mais próximos desse cefalópode fóssil são um tipo de molusco curioso chamado nautilus. Embora não tenham a forma de clipe, suas conchas são muito semelhantes entre si. Da mesma forma, assim como esses moluscos cabem dentro de sua concha, acredita-se que o Diplomoceros também tenha um comportamento semelhante.
Além deles, polvos, lulas e chocos são os primos mais próximos desse fóssil, pois são cefalópodes com tentáculos. Infelizmente, como mencionado acima, nenhum deles consegue ultrapassar a média de vida de seu ancestral. No entanto, existem alguns outros organismos atuais que podem competir com eles, como os moluscos (bivalves).
Nesse sentido, que uma espécie possa viver mais de 200 anos não é algo muito raro hoje em dia. Apesar disso, esse fóssil pertence a um grupo conhecido por ter vidas curtas e rápidas, o que causa grande curiosidade entre os especialistas. Ainda assim, a paleontologia tem muitas limitações e, a menos que alguma máquina do tempo seja criada, talvez nunca possamos desvendar os segredos desse gigantesco clipe.