Cooperação e eusocialidade: a união faz a força

Cooperação pode significar a diferença entre a vida e a morte. Os animais trabalham juntos para maximizar sua sobrevivência ao longo do tempo, para que possam gerar descendentes. Todos conhecemos o caso do peixe-palhaço e da anêmona, que se protegem mutuamente de predadores e parasitas.

Também existem outros comportamentos que não são tão conhecidos, mas igualmente essenciais. Por exemplo, muitos mamíferos se reproduzem comunitariamente. Nesses casos, animais da mesma espécie cuidam dos filhotes mesmo que não sejam deles. Os suricatos vêm à mente: nesses grupos há uma fêmea reprodutora dominante por grupo e ajudantes subordinados.Estudos mostraram que o número de ajudantes por fêmea dominante está relacionado ao número de filhotes que sobrevivem.

Vimos exemplos familiares de cooperação, mas o que acontece quando a sociabilidade define a própria existência do animal? Nós explicamos para você abaixo.

Eusociality

Eusocialidade é um termo que se refere ao mais alto nível de organização social que ocorre em determinados animais. Caracterizado por:

  • O cuidado cooperativo de bezerros.
  • A sobreposição de gerações.
  • A existência de castas estéreis e comportamentos altruístas.

Quando as castas evoluem para se subordinarem irreversivelmente a um indivíduo dominante, falamos de eusocialidade obrigatória. A eusocialidade ocorre sobretudo nos insetos: os Hymenoptera são os reis do trabalho em equipe.

A hierarquia nas abelhas

As abelhas são o exemplo claro de que a união faz a força. O favo abriga três tipos de castas: rainha, trabalhadora e zangão. A rainha é a única capaz de ser fecundada pelos zangões. Os ovos fertilizados darão origem a outras operárias, e os não fertilizados darão origem a zangões.

A diferenciação de uma fêmea em rainha ou operária depende do tipo de alimento que ela recebe quando élarva. Ela é o centro nervoso da colmeia: pode viver de 2 a 4 anos e botar até 1500 ovos por dia! A tarefa das outras castas é protegê-la e mantê-la nutrida a todo custo.

Existem diferenças na magnitude das colônias e castas dependendo da espécie. Por exemplo, o zangão (gênero Bombus) associa em colônias de uma rainha e até 500 operárias, enquanto as vespas (gênero Vespula) podem ter até milhares de rainhas e milhões de operárias em uma colônia.

Essas hierarquias podem parecer o auge da cooperação, mas ainda temos mais.

Superorganismos

O termo “superorganismos” refere-se a colônias que agem como um único ser vivo e possuem fisiologia própria. A rainha é o cérebro e as estruturas construídas e operárias são o corpo. Como uma unidade, eles têm uma temperatura regulada comum, um fluxo contínuo de nutrientes e uma capacidade de comunicação análoga a um sistema nervoso. Exemplo disso são muitas espécies de cupins, que criam estruturas gigantescas em comparação com seu tamanho.

Cada membro de um superorganismo pode ser comparado a todas as células e bactérias do nosso corpo: ambas são partes de algo muito maior.

Eusocialidade em mamíferos

Nem tudo são insetos, já que nos mamíferos também temos exemplos de extrema cooperação. O exemplo ideal é o rato-toupeira-pelado, Heterocephalus glaber.

Este curioso animal forma colônias de cerca de 80 indivíduos.Cada colônia consiste em um complexo sistema de cavernas conectadas por túneis de diferentes profundidades. Nestas colónias existe apenas uma fêmea reprodutiva, que copula com os mesmos 2 ou 3 machos até 5 vezes por ano. Indivíduos não reprodutivos (trabalhadoras e trabalhadoras) dedicam-se à busca de alimentos e à defesa da colônia.

  • Um fato curioso sobre as colônias dessa espécie é seu alto índice de xenofobia: atacam e matam instantaneamente todos os indivíduos que entrarem em seus túneis que não façam parte de seu próprio sistema.
  • Há um claro dimorfismo nesta espécie quanto à sua hierarquia, pois os machos e as fêmeas reprodutores são maiores.

Todos por um e um por todos

Como vimos ao longo deste artigo, a união de muitos pequenos seres pode dar origem a coisas incríveis. De hierarquias complexas a estruturas que atuam como um único ser vivo.A cooperação e a eusocialidade têm um único propósito: prolongar a vida das espécies. Mas também não é preciso sair para o campo para ver exemplos desse comportamento: basta dar uma volta pelo nosso bairro, e descobrir que não somos tão diferentes das colônias de animais.

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