Harpegnathos venator: habitat e características

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Anonim

As formigas são um grupo de artrópodes que se caracterizam por serem organismos sociáveis. No entanto, essa característica é uma adaptação evolutiva, cujo objetivo é torná-los mais eficientes em seu ambiente. Apesar disso, algumas espécies, como Harpegnathos Venator, não seguem esse mesmo padrão, por isso tendem a ser mais solitárias.

Este estilo de comportamento é restrito a apenas um grupo de formicidas, que supostamente mantêm aspectos ancestrais antes de se tornarem sociáveis. A família Ponerinae, à qual pertencem essas formigas, é identificada por essas e outras características peculiares, continue lendo e conheça mais sobre esses curiosos insetos.

Habitat e distribuição

Harpegnathos Venator é uma espécie endêmica do sul e sudoeste da Ásia, portanto sua distribuição abrange parte da Índia, Bornéu, Malásia, Bangladesh, China e Vietnã. O habitat desse invertebrado é restrito a áreas úmidas, com florestas e vegetação moderada. Da mesma forma, esses tipos de ambientes são necessários, pois fazem seus ninhos no chão, enquanto procuram alimento nas folhas caídas.

Características físicas do Harpegnathos Venator

O aspecto físico desse inseto é um pouco diferente das outras formigas, pois é mais alongado e apresenta algumas subseções em seu corpo. Em geral, os formicidas exibem três regiões do corpo, cabeça, tórax e abdômen. Porém, no caso desta espécie, as duas últimas seções possuem uma subdivisão, cuja aparência faz parecer que são quatro.

Isso é importante, pois a típica “cintura de vespa” que os Hymenoptera apresentam é mais acentuada em Harpegnathos Venator.Além disso, possui enormes e poderosas mandíbulas dentadas, que acabam por lhe dar uma aparência distinta. Todos os itens acima são embalados em um tamanho entre 10 e 20 milímetros, o que rivaliza com espécies razoavelmente grandes como a formiga bulldog.

Em termos de coloração, esses pequenos organismos são pretos com barrigas pálidas. Por outro lado, as extremidades deste inseto têm uma tonalidade marrom escura. Além disso, seu corpo é coberto por sedas, característica taxonômica que identifica essa espécie.

Comportamento

Esses formicidas formam colônias com espécimes solitários, pois apesar de viverem juntos, a maioria decide sair e caçar por conta própria. Ao contrário de outras formigas, esta espécie não é capaz de deixar sinais (feromônios) para se comunicar com suas congêneres. Por isso, não conseguem se agrupar para conseguir comida, embora ainda mantenham a necessidade de cuidar do ninho.

Da mesma forma, não tendo nenhum meio químico para se guiar, esses organismos optaram por desenvolver sua visão. Graças a isso, eles são capazes de detectar e caçar alguns insetos voadores, ou rastrear seus predadores para escapar deles. Na verdade, isso também explica por que seus olhos são tão grandes e visíveis, conseguindo se destacar bastante na cabeça.

Sting by Harpegnathos Venator

Em geral, todas as formigas são consideradas fábricas de produtos químicos, pois, assim como suas primas as abelhas, produzem veneno para se defender e caçar. Isso significa que os espécimes de Harpegnathos Venator não são exceção, produzindo compostos paralisantes para incapacitar suas presas.

Embora possa não parecer, esse recurso é importante, porque como caçadores solitários, é a única maneira de obter sucesso por conta própria. Mesmo assim, esse veneno não é tóxico para os humanos e, mesmo que picasse um, não causaria nada além de um inchaço semelhante a uma picada de mosquito.

Comida

Formicidae pertencentes a esta espécie são caçadores crepusculares, pois necessitam de luz para localizar suas presas. Da mesma forma, eles não vão caçar durante o dia porque evitam o calor intenso e usam a noite porque é o melhor horário para eles. A dieta desses predadores é baseada em insetos, por isso comem grilos, baratas, moscas, aranhas, cupins e cicadáceas.

Durante a alimentação, a boca desses organismos desempenha um papel fundamental, pois é graças a ela e ao seu veneno que consegue capturar e matar a presa. Além do mais, de acordo com um estudo publicado no Journal of Insect Physiology, descobriu-se que sua mandíbula exerce uma força comparável a 500 vezes o seu peso. Isso torna mais fácil para eles arrancar membros e matar suas presas com um único corte.

Reprodução

Para realizar sua reprodução, esses espécimes fazem uso de um mecanismo de castas e voo nupcial. Dentro do mecanismo de castas, existem quatro principais.

  • Machos: possuem apenas função reprodutiva, pois vivem pouco tempo e são seres haploides. Eles eclodem de ovos não fertilizados.
  • Fêmea (trabalhadoras): encarregam-se de cuidar do ninho, procurar comida e cuidar da rainha. Elas são capazes de produzir ovos, mas a rainha possui um mecanismo químico que as obriga a não se reproduzir.
  • Rainhas virgens (fêmeas reprodutivas): têm a missão de participar do voo nupcial, acasalar com os machos e posteriormente fundar sua própria colônia. A principal diferença com os trabalhadores é a presença de suas asas.
  • Reina: este espécime é quem dirige e mantém a produção de operárias, para regular a atividade da colônia. As rainhas têm uma expectativa média de vida de dois anos, por isso morrem muito cedo, deixando o ninho órfão.

Voo de Casamento

O formigueiro produz machos e rainhas virgens, apenas uma vez por ano para voos nupciais.Durante este evento, as fêmeas reprodutoras voam para longe do ninho para acasalar com os machos. Uma vez terminadas, as rainhas fertilizadas não retornam mais ao ninho original, pois partem em busca de um novo local para fundar sua própria colônia.

Estabelecimento da Colônia

Apesar de parecer simples, a rainha tem um pouco de dificuldade nos primeiros dias, pois ela ficará encarregada de encontrar comida, além de criar os primeiros ovos. No entanto, uma vez que seus filhos nascem e se tornam adultos, eles servem como uma comitiva protetora que atende totalmente à mãe. Assim, o ninho cresce um pouco e o formigueiro começa a se estabelecer.

Além disso, a forma do ninho não é nada complexa, pois consiste em um buraco em forma de túnel, com meio metro de profundidade. Além disso, seu interior carece de subtúneis, pois ao contrário de outras formigas, seu objetivo é construir apenas uma cavidade que as proteja. Essa situação reforça a ideia de que a espécie é primitiva, já que seu comportamento mantém características muito simples em certos casos.

Morte da Rainha

As rainhas desta espécie têm uma expectativa de vida muito curta, por isso morrerão e deixarão suas colônias órfãs. Por esta razão, a casta operária desta espécie mantém a sua capacidade reprodutiva, resolvendo assim a morte da sua rainha. Graças a este mecanismo, várias fêmeas começam a acasalar com os machos, para iniciar a produção de ovos.

Esta última característica é exclusiva de certos formicidas primitivos, já que em outras formigas as operárias têm o sistema reprodutor atrofiado. Com isso, a rainha geralmente vive muito e é a única que consegue se reproduzir.

Estado de Conservação

O estado de conservação desta espécie ainda não foi avaliado por organismos internacionais, pelo que não se sabe se corre algum risco. Em geral, isso se deve a dois motivos, o primeiro é a f alta de pesquisas sobre essa formiga e o segundo é a dificuldade de encontrá-la na natureza.

Os encontros são tão fortuitos, que alguns avistamentos são tomados como uma "fortuna" , já que é preciso ter um olhar muito perspicaz para reconhecê-los. Além disso, os mecanismos de defesa diante do perigo o tornam um especialista em se esconder, pois ao menor sinal de alerta param de se mover.

Como podem ver, esse pequeno inseto guarda segredos fantásticos, apesar de ser considerado simples ou primitivo. Embora possa não parecer, todas as formas de vida são complexas e contêm muitos segredos esperando para serem revelados. Isso não significa que seja fácil de descobrir, mas com certeza vale a pena o esforço, para ver a beleza escondida entre esses grandes seres.