Os nomes dos animais são importantes, pois não só permitem o seu reconhecimento, como também obedecem à sua classificação. Embora todos os seres vivos tenham nomes comuns ou vulgares, apenas o nome científico é válido para fins acadêmicos.
Nas linhas a seguir contaremos de onde vem a forma como as espécies recebem um nome e quais são as regras que são seguidas para criá-las. Incentivamos você a continuar lendo, pois aqui está escondida a chave para a identificação de todos os seres vivos do planeta.
Uma formiga em uma torre de babel: a importância dos nomes dos animais
Nosso planeta é uma torre de babel, onde uma simples formiga tem abundantes nomes comuns. Esse nome depende do idioma ou da localidade em que você está. É claro que nenhum desses apelidos comuns será útil para descrever cientificamente a biologia das formigas.
Além disso, os nomes comuns não atendem à classificação do animal ou à taxonomia. Por exemplo, se considerarmos o tamanduá (Myrmecophaga tridactyla) e o urso pardo (Ursus arctos), apesar de seus nomes comuns, essas duas espécies não possuem uma relação filogenética próxima.
Na verdade, apenas o segundo é realmente um urso. Este é um exemplo de por que é necessário usar nomes únicos e universais, que não requerem nenhuma tradução ou localização.
Como é definido cientificamente o nome dos animais?
É interessante saber que existem convenções que definem a criação e uso dos nomes científicos de cada espécie. Primeiramente, todos os nomes de espécies são binomiais, ou seja, possuem duas palavras escritas em latim ou grego:
- O primeiro termo corresponde ao agrupamento taxonômico: o gênero.
- O segundo termo é o nome específico ou epíteto específico.
Por isso, essa forma de escrever os nomes dos animais -seguindo a convenção científica- é conhecida como Nomenclatura Binomial. A concepção desta escrita foi difundida em 1753 pelo botânico sueco Carlos Linnaeus, em sua obra Species Plantarum.
É costume desde então formar nomes científicos alusivos, principalmente, a estes três aspectos:
- Uma característica distintiva da espécie.
- Uma pessoa que é homenageada, dedicando-lhe a espécie.
- lugar onde a espécie é dedicada.
Uso de nomes científicos
Deve-se notar que, enquanto o primeiro termo pode ser usado sozinho -já que identifica todo o gênero-, a segunda designação é inválida se usada sozinha. O nome da espécie é, irredutivelmente, o conjunto composto pelos dois termos.
Além disso, o nome deve ser escrito com o gênero sempre iniciando em caixa alta e o nome específico em caixa baixa, ex. Homo sapiens. Posteriormente no texto, o nome do gênero pode ser abreviado com letra maiúscula e acompanhado do nome específico completo, por ex. H. sapiens.
Os nomes das espécies devem ser escritos em uma fonte que a diferencie da fonte do texto geral, geralmente em itálico.
Os nomes dos animais e sua classificação: conceitos diferentes, mas indissociáveis
Taxonomia é um ramo da biologia responsável por definir as diferentes categorias que englobam os seres vivos. Nesse sentido, os grupos de classificação são chamados de categorias taxonômicas ou táxons.
A primeira coisa é entender que, nessa classificação científica, se dois organismos pertencem ao mesmo grupo, é porque eles têm algo em comum. A ciência estabeleceu que a categoria taxonômica mais geral é o Domínio, sob o qual todos os seres vivos cairiam.
A classificação é hierárquica do mais geral ao mais específico. Portanto, abaixo da categoria Domínio está a seguinte, o Reino. Este, por sua vez, abrange as categorias taxonômicas dos Filos -do filo latino-, e seguirá sucessivamente as subdivisões de classes, ordens, famílias, gêneros e finalmente espécies.
O sistema de atribuição de nomes aos animais requer garantir que eles não sejam repetidos
Claro, tendo nomeado quase dois milhões de espécies, é difícil garantir que o nome seja verdadeiramente válido e único. Atualmente, existem códigos internacionais de nomenclatura para cada grupo de organismos.
Assim, para os nomes dos animais existe o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, que inclui as orientações necessárias para que não haja repetições. Uma ferramenta útil a esse respeito é o Nomenclator Zoologicus on-line, que lista mais de 340.000 nomes em nível de gênero – gêneros e subgêneros – do reino animal.
No caso de duas espécies diferentes terem o mesmo nome -caso de homonímia-, a primeira das duas espécies a ser nomeada mantém o nome e a segunda deve ser renomeada.
Nomes de animais impressionantes
Além de todas essas regras, existem alguns casos estranhos que parecem fugir um pouco da nomenclatura típica. Aqui estão alguns exemplos:
- Os dois termos do nome são a mesma palavra: Bufo bufo ou sapo comum; Naja naja ou cobra indiana, Pica pica, nome científico da pega.
- Nomes que são palíndromos: Allenella uma família de moluscos, Aha ha espécie de vespa australiana ou Xela alex, uma mosca.
- Que não possuem consoantes: Iouea é uma esponja marinha e Aiouea é uma planta nativa da América Central e do Sul.
A nomenclatura elaborada por Linnaeus nos permite, ainda hoje, classificar de maneira consistente todos os seres vivos que descobrimos. Nestes termos está a chave para a biodiversidade global.