Macacos se irritam com turistas

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Anonim

Como outros animais selvagens, os macacos são incomodados pelos turistas. O comportamento dos macacos de Barbary muda e mostra sinais de estresse quando assediados pelo turismo, revela um estudo.

Estudar como o turismo modifica o comportamento dos animais é complexo. Ainda assim, parece cada vez mais óbvio que a presença de multidões de turistas em reservas naturais tem impacto inclusive no comportamento dos animais, que podem apresentar estresse.

Macacos se irritam com turistas no Marrocos

Quantificar o estresse é complicado, especialmente em animais selvagens que não podem ser capturados ou treinados. No entanto, o uso de hormônios como o cortisol permitiu investigar se macacos são incomodados por turistas neste estudo científico.

Concretamente, a espécie estudada é o macaco de Gibr altar, espécie encontrada tanto no Rochedo como no Norte de África, e cujas populações se encontram em zonas onde o turismo pode ter impacto sobre estes animais.

O Parque Nacional de Ifrane, no Marrocos, abriga vários grupos de macacos de Barbary, e este estudo trabalhou com um grupo de mais de 50 indivíduos habituados à presença humana.

Para medir se esses animais enfrentam estresse em suas vidas diárias, duas medidas foram usadas: por um lado, quando os animais se coçam. A maior frequência desse comportamento tem sido relacionada ao estresse nesta e em outras espécies. Por outro lado, a dosagem de cortisol em amostras de fezes coletadas pelos pesquisadores daria referências hormonais que podem ser combinadas com esse comportamento.

Pesquisadores estudaram ambos os parâmetros em macacos machos e descobriram que os macacos são incomodados por turistas independentemente de sua interação com eles: quando um macaco era alimentado, ameaçado ou simplesmente perto de um turista, os machos do grupo exibiam estresse. comportamentos relacionados.

E o fato é que o estudo relacionou a simples presença de turistas com maiores níveis de estresse nos animais, o que parece ocorrer com muitas outras espécies. Essa espécie também sofre com o turismo por meio de selfies com macacos.

Turistas não entendem de macacos

No caso dos macacos de Gibr altar, não é estranho que quando quebramos a distância de segurança ocorram ataques a pessoas. Isso não ocorre apenas porque os turistas não respeitam a vida selvagem: também é possível que eles desconheçam seu comportamento.

Outro estudo teve como objetivo analisar nossa compreensão das expressões faciais feitas por esses animais e levou a conclusões interessantes que podem aumentar o estresse e os ataques desses animais aos humanos.

No caso dos primatas, temos um problema sério na hora de identificar expressões: usamos a expressividade facial, mas isso é diferente entre muitas espécies.É difícil para um papagaio ou furão entender nossas expressões faciais, embora exemplos como cabras prefiram que você sorria para desafiá-lo.

No entanto, os macacos interpretam nossas expressões faciais com sua linguagem, e nós fazemos o mesmo. Por termos diferentes linguagens faciais, nossa ignorância pode levar a estressar os animais ou mesmo provocá-los sem querer, algo que também explica que os macacos roubam por nossa causa.

O estudo foi realizado por meio de um questionário online, no qual foi avaliada a capacidade dos entrevistados em diferenciar diferentes emoções em macacos por meio de seus rostos. Este questionário foi feito a pessoas que só viram estes animais ocasionalmente ou nunca; alguns deles receberam uma pequena simulação para que entendessem algumas das expressões.

O estudo também foi feito com pessoas que trabalham há pelo menos dois meses com essa espécie, e constatou que a maioria das pessoas que desconheciam a espécie não identificavam corretamente as emoções desses animais, e que essa capacidade é aprimorada com imagens simples que podem ser incluídas em pôsteres.

Curiosamente, alguns turistas costumam identificar ameaças de macacos como beijos e até mesmo expressões de medo como sorrisos. Isso tem consequências importantes, pois são comportamentos que nos convidam a fugir, e alguns turistas parecem entendê-los como algo amigável.