A lula gigante é um invertebrado do tipo molusco e da classe dos cefalópodes. O biólogo dinamarquês Japetus Steenstrup descobriu esses seres em 1857 e os nomeou Architeuthis dux, o príncipe das lulas. Mais de 160 anos depois, as informações sobre eles ainda são escassas.
O pouco que se sabe sobre esses moluscos gigantes vem de espécimes mortos que chegam às costas, em sua maioria decompostos, dos apanhados por pescadores ou dos fragmentos encontrados no estômago de cachalotes.
A partir de estudos genéticos, foi descartada a existência de 12 espécies de lulas gigantes e foi confirmado que existe apenas uma espécie: Architeuthis dux. Isso segundo pesquisas realizadas no Instituto de Pesquisas Marinhas de Vigo.
Características da Lula Gigante
Seu comprimento total chega a 14 metros e seu peso está entre 230 e 250 quilos. Vive nas profundezas do mar, entre 250 e 1.500 metros da superfície. Locais onde a pressão é muito alta e a luz do sol não chega.
A lula tem uma cabeça muito grande e seu corpo é esférico com duas nadadeiras laterais. Ao redor de sua boca tem um total de 10 tentáculos: oito com ventosas e dois contráteis. Os tentáculos contráteis, mais longos que os demais, são preênseis e servem para pegar a presa e carregá-la em direção aos tentáculos mais curtos. Uma vez que a presa é segurada, ela é rasgada por uma poderosa mandíbula em forma de bico curvo.
São animais solitários que se alimentam de peixes, cefalópodes e crustáceos. Seus únicos predadores são o cachalote e seus congêneres.
Os olhos da lula gigante medem entre 25 a 30 centímetros de diâmetro, sendo considerados os maiores do reino animal.Este grande olho com sua retina muito sensível os ajuda a detectar seu maior predador, o cachalote, que produz uma bioluminescência ao seu redor devido ao plâncton e a lula detecta a luminescência de sua retina muito sensível e permite que ela evite o ataque.
A lula gigante também se defende disparando um jato de tinta, que inibe os órgãos olfativos e dificulta a visão do atacante.
Por que eles sobem à superfície?
As possíveis razões pelas quais as lulas gigantes emergem à superfície podem ser várias:
- Ao ser gravemente ferido por um predador ou outra lula.
- Ao cair nas redes dos pescadores.
- Devido aos processos de exploração de gás e petróleo, explosões desorientam ou ferem esses moluscos gigantes e quando sobem à superfície sufocam.
Avistamentos de lulas gigantes
Das lulas gigantes, geralmente são encontrados apenas cadáveres, espécimes moribundos flutuando na superfície ou restos dentro de cachalotes ou golfinhos, mas raramente foram avistados vivos.
Apesar disso, em dezembro de 2015, uma lula gigante viva foi encontrada na baía de Toyama, no Japão. Este foi o avistamento mais importante dos últimos tempos, pois foi em águas rasas. As razões para sua aparição em condições tão estranhas ainda são desconhecidas.
O indivíduo encontrado tinha cerca de quatro metros de comprimento. Embora não fosse tão imenso quanto outros restos encontrados ao redor do mundo, já que tinha um tamanho padrão dentro da espécie.
Além do Japão, clamars gigantes são normalmente encontrados nas Astúrias, Terra Nova, Namíbia, Nova Zelândia e África do Sul.
No caso das Astúrias, na Espanha, é um local onde já houve mais de um avistamento de restos de lulas gigantes.A abundância destes imensos animais é produto da grande profundidade (200 a 3.000 metros) existente nos desfiladeiros submarinos de Llanes, Avilés ou Llastres, dos quais as lulas aproveitam para se protegerem dos seus predadores e para se alimentarem.