Cobra-colar é o nome dado à espécieNatrix natrix, uma bela cobra que se distribui da Inglaterra ao Lago Baikal, na Sibéria. Esta cobra é dominante em vários habitats, pois tem uma capacidade incrível de adaptação ecológica em muitos níveis.
Este curioso réptil é encontrado na Península Ibérica, França, Itália e muitos outros países europeus, por isso representa uma espécie típica deste continente. Apesar de sua convivência com humanos desde tempos imemoriais, muitas pessoas não conhecem esta cobra e podem até vê-la e temer por sua vida.
Não há razão para temer porque estamos diante de um animal totalmente ofensivo, que no máximo defeca no ousado que ousa agarrá-lo. Se você quiser saber mais sobre esta cobra comum, nós o encorajamos a continuar lendo.
Como distinguir esta espécie?
É possível que alguns dos leitores residentes na Europa tenham se deparado com um desses exemplares em uma caminhada selvagem, pois, por exemplo, fontes científicas oficiais estimam que na Alemanha haja uma alta densidade populacional de 3,6 indivíduos por hectare. A seguir, mostramos como identificá-lo:
- É um réptil relativamente grande, pois alguns exemplares podem atingir dois metros de comprimento. De qualquer forma, o tamanho padrão é 120 centímetros.
- Sua coloração é muito variável, mas o comum é que aparece do verde escuro ao marrom claro.
- Apresenta uma série de manchas pretas dorsais, agrupadas em três a seis linhas que percorrem seu corpo.
- Tem um colar característico, branco rodeado por linhas pretas. Este padrão de cabeça dá a ele o nome comum exclusivo.
- Em todo caso, este último é característico dos juvenis, pois tende a desaparecer quando a cobra se torna adulta.
Fácil de distinguir certo? Olhos menos treinados podem confundir este réptil com uma espécie intimamente relacionada a ele, a cobra viperina (Natrix maura).Seu maior diferencial é o tamanho, já que essa segunda espécie nunca ultrapassa 80 centímetros de comprimento.
O colar cefálico é uma característica muito característica desta espécie.Quais são seus hábitos?
Fontes citadas acima relatam que a cobra com colarinho se alimenta principalmente de anfíbios adultos (constituem 60% ou mais de sua dieta), bem como peixes, girinos, vermes e outros pequenos vertebrados. Essa especialização trófica se deve aos seus hábitos aquáticos, pois adora vagar por nascentes, poços, lagos e até cisternas de origem humana.
São cobras com excelente capacidade de natação, o que torna os pesadelos da maioria dos anfíbios anuros que vão às fontes para se refrescar ou se reproduzir. Tal é o nível de competição e predação, que algumas espécies de sapos, como oEpidalea calamitaeles aprenderam a identificar sinais químicos dessas cobras. Assim, evitam abrigos impregnados de seus cheiros que, sem dúvida, acabariam em sua morte.
Como muitas outras espécies de répteis, a cobra-liga hiberna durante o inverno, porque há pouco a oferecer um ambiente de temperaturas congelantes como a floresta europeia em meses como janeiro. Essas cobras saem de suas tocas com o aumento da temperatura da primavera e se reproduzem de abril a maio. Em julho, eles têm suas ninhadas de ovos prontas, que eclodem em cerca de 10 semanas.
Uma curiosa estratégia de defesa
A cobra com colarinho carece de veneno, então ela precisa conseguir escapar de vários predadores. Adultos, a princípio tentam fugir, mas se forem encurralados, eles podem exibir uma variedade de comportamentos espetaculares. Estes são dois deles:
- Se encurralados, eles optam por entrar em espiral no corpo e abaixar a cabeça, dando-lhes uma forma triangular. Depois disso, eles começam a bufar e simular ataques com a boca fechada. Eles estão tentando imitar o comportamento e a forma das víboras, cobras que são venenosas.
- Se todos esses esforços forem em vão e o predador não for enganado, eles recorrem a uma estratégia mais extrema: fingir-se de morto. Este réptil exibe um comportamento chamado tanatose, isto é, fingir a própria morte para que o atacante perca o interesse. Fazem isso jogando a cabeça no chão, abrindo a boca e perdendo o tônus muscular de forma generalizada.
Cobra com colarinho: inofensiva e fascinante
Como nós vimos, mesmo os animais aparentemente mais comuns têm características fascinantes se pararmos para observá-los. Quem nos diria que uma telha, tão comum em pátios e fontes, apresentaria comportamentos tão complexos? Isso é natureza, pois fornece ferramentas para maximizar a sobrevivência de todas as espécies em seus ambientes naturais.