Comportamento de cobras

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Anonim

Cobras ou cobras são um grupo incompreendido de répteis, pois podem causar admiração e medo na mesma medida. Elas estão presentes em praticamente todos os continentes e são fundamentais nos ecossistemas, mas o ser humano sabe tudo sobre o comportamento das cobras?

O padrão de comportamento em cobras é muito complexo, uma vez que varia dentro de cada espécie e ainda muitos comportamentos não foram associados a um mecanismo biológico específico. Mesmo assim, tudo o que foi coletado pelos diferentes herpetologistas do mundo sugere que as cobras são muito mais inteligentes do que você pode imaginar. Se você quiser saber mais, continue lendo.

Características da cobra

As serpentes estão dentro do reino Animalia, que por sua vez faz parte do filo Cordate, na classe de Répteis, superordenar Squamata e ordem Ophidea. Atualmente são conhecidas 3496 espécies de cobras, das quais apenas 375 são medicamente importantes para o homem por causa de sua picada.

A principal característica anatômica e fisiológica das cobras é que eles não têm membros, traço também conhecido como apódia. Eles têm corpos alongados que podemos separar em cabeça, tronco e cauda, embora todas essas seções sejam cobertas por escamas. Por mais surpreendente que possa parecer, há espécies que ainda têm vestígios do que antes eram as pernas.

A pele é altamente variável entre as diferentes espécies. Este órgão tem funções gerais que são compartilhadas e outras específicas de cada uma delas -como a cascavel de algumas cobras-. Por sua vez, o tecido externo do animal é formado por várias camadas: a primeira, muito rica em queratina, é a que muda.

As escalas se sobrepõem e são freqüentemente usadas para distinguir as espécies umas das outras. Por outro lado, a pele como um todo é um órgão com múltiplas terminações nervosas, o que dá às cobras grande sensibilidade e toque.

Já o tronco das cobras é formado por muitas vértebras, das quais emerge um par de costelas. Sobre este tema, foram realizados estudos que compararam diferentes espécies de cobras que viviam em ambientes variáveis, com o intuito de descobrir se havia alguma diferença no seu esqueleto em relação ao habitat.

Verificou-se que não, ou seja, que as espécies analisadas eram praticamente as mesmas do ponto de vista morfológico. Uma das explicações possíveis é que as cobras mudam muito de substrato -e até mesmo de climatologia- e uma morfologia versátil garante sobrevivência e sucesso evolutivo.Portanto, todos esses animais devem apresentar um potencial adaptável e comum.

Em referência à cabeça, existem diferenças claras entre as cobras venenosas e as constritivas. Ambos possuem mandíbula com ossos que podem ser móveis ou semifixos, com tendões e ligamentos muito flexíveis que lhes permitem abrir bem a mandíbula, para poderem ingerir suas presas.

A principal diferença está no formato do crânio, achatado e muito mais frágil nas cobras venenosas do que nas constritoras. Os primeiros são mais propensos a traumas na cabeça, mas eles compensam com o veneno que lhes permite ingerir a presa com segurança.

Dentição de cobras

Quanto aos dentes das cobras, podemos classificá-los em vários tipos:

  • Agliphs: Essas cobras têm vários dentes, o que permite que a presa agarre. Essa característica é encontrada, sobretudo, em espécies não venenosas.
  • Opistoglyphs: eles têm suas presas e dispositivos venenosos na parte de trás da mandíbula e também têm dentes pequenos. Muito poucas espécies neste grupo causam danos aos humanos, razão pela qual geralmente são consideradas não venenosas.
  • ProteróglifosEssas cobras têm 2 pequenas presas conectadas à glândula de veneno na parte frontal da mandíbula. Quando mordem, geralmente não liberam suas presas imediatamente, pois precisam de tempo para inocular toxinas suficientes.
  • Solenóglifos: eles têm 2 grandes presas anteriores conectadas às glândulas de veneno. Essas presas têm uma articulação que permite que as cobras solenóglifo movam seus dentes. Eles são o grupo com mais consequências para a saúde humana.

Personagem de cobras

Cobras são animais de sangue frio, então seu caráter geralmente depende da temperatura ambiente. Em baixas temperaturas eles hibernam, enquanto durante o resto do ano sua atividade varia dependendo do ambiente. Uma vez que eles não podem gerar calor suficiente para permanecerem constantes, eles são completamente dependentes das variáveis do ecossistema.

O que mais, o personagem depende de cada espécie e até difere entre os indivíduos, já que existem cobras que podem ser mais intrépidas do que outras. Normalmente, são animais calmos que passam a maior parte do tempo termorregulando sua temperatura, algo intimamente ligado ao comportamento das cobras.

Quando uma cobra é mais agressiva ou nervosa, ela aumenta seu gasto de energia proporcionalmente. Esses comportamentos ocorrem principalmente quando esses animais caçam, defendem o território, é época de reprodução ou na luta contra predadores.

Comunicação de cobra

A comunicação dos seres vivos está ligada aos sentidos. No caso das cobras, os principais sentidos para se comunicar com o meio ambiente e com outros indivíduos seriam os seguintes:

  • A vista: Depende muito da espécie em questão, já que algumas têm um ótimo sistema visual, enquanto outras são praticamente cegas - como as cobras que tocam.
  • O tato: as cobras têm um sentido de tato altamente desenvolvido, o que lhes permite saber em que substrato se encontram, mas também sentir as vibrações que são geradas no ambiente. Com isso, as cobras conseguem detectar presas e perigos.
  • O olfato: o cheiro de cobras não é como o dos humanos. Esse sentido está ligado à língua bifurcada, responsável por coletar informações químicas do meio ambiente. Essas substâncias atingem o Órgão de Jacobson, presente dentro da boca. Uma vez capturadas, as partículas dão informações ao animal tanto sobre as características do ambiente quanto sobre todas as possíveis espécies nele presentes.
  • Covatermorreceptor: algumas cobras, principalmente as venenosas, também possuem outro órgão capaz de oferecer uma visão térmica do meio ambiente.
  • O ouvido: Quanto à audição, praticamente não existe nas cobras. Acredita-se que as cobras sejam praticamente surdas, pois não têm ouvido médio.

Além disso, as cobras também se comunicam com outras cobras ou espécies por meio de certos movimentos. Vamos ver um pouco como esses répteis usam a linguagem corporal.

Linguagem corporal

A linguagem corporal das cobras permite saber seu estado de espírito. O comportamento de cobras calmas se manifesta principalmente na forma de ausência de movimento ou com movimentos de engatinhar. Por outro lado, quando se sentem agredidos, apresentam uma infinidade de movimentos corporais que dependem de cada espécie.

Nesses casos, a maioria das espécies aumenta o volume - incham, abrem a região do pescoço, ficam de pé - ou geram algum tipo de som, tentando coibir possíveis perigos. Em caso de ataque, apresentam movimentos rápidos e precisos e alguns até cuspem veneno.

Comportamento de cobras

A etologia das cobras ainda é muito desconhecida. O comportamento desses répteis, assim como a comunicação, varia muito entre as espécies e muitas vezes é difícil de estudar na própria natureza, razão pela qual a maioria das pesquisas foi realizada em cativeiro.

Quando você pensa em cobras, normalmente elas são vistas como animais solitários, praticamente sem relações sociais e sem mudanças de comportamento. Este preconceito é errôneo, uma vez que foi descoberto que existem várias espécies que interagem com indivíduos da mesma espécie e cobras que modificaram seu comportamento devido às mudanças climáticas.

Um estudo de Morgan Skinner mostrou que as cobras da espécieThamnophis sirtalis sirtalis eles são capazes de se reconhecer e escolher as pessoas com quem têm o melhor relacionamento. Além disso, foi verificado individualmente o quão ousado os espécimes eram e se havia até traços variáveis entre eles.

Namoro e acasalamento

O comportamento das cobras no domínio reprodutivo é altamente ligado a feromônios e depende da área e da sazonalidade. A maioria delas são ovíparas - põem ovos - ou ovovivíparas, ou seja, mantêm os ovos dentro e os filhotes nascem de dentro da mãe.

É o caso de alguma cobra vivípara. Nessas situações, as fêmeas têm placentas e dão origem a uma prole já formada.

A reprodução das cobras varia com cada espécie. Em alguns, os machos cortejam as fêmeas vibrando, esfregando e até mordendo. Na hora da reprodução propriamente dita, a linguagem hormonal e o contato sensorial entre macho e fêmea são fundamentais para que a reprodução - que pode levar horas - termine corretamente.

Algumas espécies também são caracterizadas por lutas entre machos. Nesse caso, o comportamento das cobras varia entre brigar com o corpo erguido e brigar com o corpo encolhido, ato que é acompanhado de empurrar. Em casos excepcionais, um espécime dominante pode matar o macho rival.

As fêmeas podem canibalizar os machos para obter nutrientes. Outros constroem ninhos para botar ovos e ainda foi observada a defesa da área do ninho por ambos os pais, em cobras como a cobra-real (Ophiophagus hannah).

Comportamento anti-predatório

Quando uma cobra está em perigo, seu principal impulso é voar. Não são animais agressivos, só se defendem nos casos em que são ameaçados e sem fuga. Ainda assim, esses répteis exibem comportamentos dissuasivos fascinantes.

Para mostrar seu perigo, muitas cobras fazem sons altos. Sem dúvida, um dos representantes mais claros nesta frente são as cascavéis, pertencentes ao gênero Crotalus.

Essas cobras realizam movimentos de cauda, assim, sacudindo o sino que eles têm em sua extremidade -formado por caixas de tesão- para alcançar um som estridente e ameaçador. Outro exemplo é o da víbora sopradora (Bitis arietans), que também emite um som alto ao inspirar e expirar o ar.

Talvez o comportamento mais curioso das cobras em termos de defesa seja o das espécies que cuspem. Quando ameaçados, esses répteis abrem a boca e projetam um jato de veneno, geralmente direcionado aos olhos e à boca do atacante. Ao entrar em contato com o predador, pode ficar cego e até morrer se for comido.

Outra forma de defesa é a mudança do corpo, durante o qual as cobras tentam parecer maiores. Nestes casos as cobras podem inchar, levantar-se e mesmo em casos particulares abrir uma touca que têm no pescoço.

Para evitar danos com esses répteis, é melhor deixá-los sozinhos o tempo todo.

Você pode treinar uma cobra?

As cobras podem ser usadas para mudar certos comportamentos graças à repetição e paciência. Quando uma cobra é mantida em cativeiro, normalmente não será agressiva, mas, do contrário, pode ser treinada para deixar de ser agressiva.

É muito importante manter uma regularidade nesses treinos. A princípio, é recomendável que diferentes indivíduos nos reconheçam e não nos vejam como uma ameaça. Para fazer isso, eles precisam se familiarizar com o cheiro do zelador. A limpeza cuidadosa das instalações sem manusear o animal pode ajudar.

Quando se quiser manusear a cobra, é aconselhável começar com um anzol -se for sempre venenoso-, mantendo a cabeça do animal longe do corpo. O anzol ajuda a cobra a não confundir a mão do guardião com comida e aos poucos o animal vai se acostumando com o manejo.

O manuseio correto pode eliminar o comportamento antagônico, mas o comportamento da cobra não pode ser treinado em muitos outros aspectos.

O encantamento das serpentes

Você certamente já viu encantadores de serpentes em documentários. Nos espetáculos que realizam, dentro de uma cesta aparecem cobras - geralmente cobras-rei - que se levantam e começam a fazer movimentos simétricos aos do instrumento musical (Pungi) que toca o feiticeiro. Eles certamente parecem hipnotizados.

As técnicas utilizadas para realizar esteatuação eles são muito estressantes e até mortais para as cobras que são usadas. Para evitar riscos, muitos dos encantadores extraem o veneno antes de começar o show e alguns até mutilam a cobra arrancando suas presas.

O treinamento que as cobras passam consiste em privação de comida e confusão. A cobra confunde o Pungi com um rival e detecta as vibrações que o instrumento gera. Ele se levanta para se defender e atacar se necessário. Os feiticeiros ficam a uma distância segura que evita serem mordidos em caso de ataque.

A maioria das cobras envolvidas nesses programas morre logo depois.

O mundo das cobras é fascinante e ainda há muito a se conhecer. Sua conservação é muito importante para o bom funcionamento dos ecossistemas, portanto respeitar e proteger todas as serpentes do planeta é necessário para preservar nosso meio ambiente.