O tráfico de onças dos maias

O tráfico de onças e outras espécies selvagens ocorre atualmente no planeta. Na verdade, a Espanha é considerada a porta de entrada para o tráfico ilegal de animais na Europa. Porém, o tráfico de vida selvagem é muito mais antigo do que pensamos, como evidenciado por esta história envolvendo o tráfico de onças com o império maia.

O tráfico de onças realizado pelos maias

Vestígios arqueológicos parecem mostrar um intenso tráfico de onças e outros animais exóticos pela civilização maia, que alguns autores consideram ter durado mais de 4.000 anos até a conquista da América.

A revelação vem da antiga cidade maia de Copán, onde Mais de 2.400 anos atrás, havia sepultamentos em que personagens nobres iam para a tumba com os restos mortais de onças ou pumas, algo inusitado, mas cada vez mais encontrado nos cemitérios dessa época.

Nesta mesma cidade antiga, os restos mortais de dezenas de onças foram encontrados ao redor de um altar de sacrifício. O incrível é que a análise dos esqueletos revela que esses animais possivelmente estavam em cativeiro.

Esse fato se enquadra no enorme número de esqueletos, o que torna improvável que esses animais tenham vindo inteiramente da natureza: não era uma tarefa fácil, nem parecia que as selvas circundantes poderiam ter abrigado tamanho volume de felinos.

O tráfico de onças não seria a única marca registrada do império maia: possivelmente veados e pássaros também foram sacrificados, algo que já foi visto em outras épocas posteriores da civilização maia.

Os pesquisadores descobriram que esses grandes felinos foram mantidos em cativeiro por um motivo: nos ossos desses animais existem moléculas de carbono presentes em plantas domesticadas, como o milho, então as presas consumidas por esses animais foram criadas por humanos.

Porém, Também foram encontrados outros felinos que possuíam outra molécula de carbono presente em plantas selvagens, razão pela qual eles continuaram a caçar onças-pintadas selvagens. Os isótopos presentes nas peles que ainda estão preservadas também revelam que os animais não eram provenientes de áreas locais, então provavelmente os comercializaram.

Conheça a onça

Apesar do grande tráfego de onças-pintadas realizado por algumas cidades maias, a espécie sobrevive até hoje com boa saúde. É o maior felino da América e o terceiro maior do mundo depois de tigres e leões, e um dos poucos que tem o hábito de nadar.

Muitas pessoas confundem a onça-pintada com outras espécies de felinos, provavelmente por causa de suas belas manchas que a tornaram alvo de caça. O jaguar é o maior de todos, enquanto o leopardo é muito menor e tem manchas menores. No caso da chita, sua anatomia é muito diferente, pois é um corredor e não pertence ao gênero das panteras.

Esta espécie está no topo da cadeia alimentar e tem uma das mordidas mais poderosas do reino animal. Isso permite que o jaguar seja capaz de quebrar cascos de tartaruga ou atravessar a pele dura de um crocodilo, de forma que não haja presas para resistir.

O comércio de onças está proibido, mas mesmo assim se tenta caçar, e é que é um dos animais em perigo pela medicina oriental, pois seus ossos são facilmente confundidos com os do tigre. Também foi caçado por sua pele, embora sua maior ameaça hoje sejam conflitos com gado e perda de habitat. Esperamos aprender com o passado desta espécie para garantir um futuro sem caça e tráfico de onças.

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